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Nanny Blanco - Capitulo 9




                               ENTRE UM HOSPITAL E BEIJOS


ou...Your Sex is on fire....

Me surpreendo ao acordar com o toque do meu celular zunindo sobre meus ouvidos, resmungo e o ignoro, esperando que o barulho passasse eu pudesse voltar a dormir. Suspiro de alívio quando ele finalmente para, voltando para meu mundo de sonhos – onde eu era a futura Senhora George Clooney – até que o maldito celular volta a tocar de novo e o tateio a mesa, a procura daquele objeto maldito e o atendo. Ainda de olhos fechados.
— O que foi, cacete? —Pergunto com a voz irritada.
— Lua? Desculpa te acordar, mas é que o bebê está nascendo e queríamos você e o Arthur aqui, já ligamos para a Sophia e o Chay, se puder se apressar, a Mel ainda não entrou em trabalho de parto — Pera aí? Que bebê? Eu ainda estava sonhando? Cacete, sonhos com bebês não são nada divertidos, além do mais, porque seria a Mel... E CARAMBA! A Mel tava em trabalho de parto.
— Tô indo
Digo, em um salto, desligando o celular e pulando da cama, estava tão avoada que acabei batendo com o mindinho na quina e xingando até o décimo quarto Santo. Puta merda, corri para o quarto de Arthur, que estava dormindo todo esparramado na cama BOX.
— Arthur — Perguntei, sacudindo-o levemente — Arthur? — Sussurrei no seu ouvido, não obtendo resposta — ARTHUR CACETE.
Acho que gritei alto demais, porque o coitado acabou pulando de susto e batendo com a cabeça no batente da cama. Soltei uma gargalhada.
— Arthur, levanta, o bebê dá Mel está pra nascer — Digo, depois de um tempo, esperando que ele se recuperasse da batida. Já bastava a Mel no hospital — Levanta.
— Ok, ok
Ele disse, ainda meio grogue e com a mão sobre a testa, ignorei e parti para meu quarto, entrando em uma calça jeans e uma blusa qualquer. Escovei os dentes e penteei os cabelos, calçando as botas e indo para o quarto de Kaylie.
Foi um custo para ela acordar, devido ao fato de que eram três de uma terceira feira e ela estava cansada, mas como não havia ninguém na casa além de Arthur e eu, não poderíamos deixar ela lá. Ela acabou sedendo, vesti ela e amarrei o cabelo no topo da cabeça. Quando descemos, Arthur já estava esperando, quase dormindo.
O caminho até o hospital foi carregada de um silêncio mórbido, cada um preso em seu próprio pensamento – no caso, sono – enquanto eu tentava me manter acordada por mim e por Kaylie, que estava caída no meu colo.
Quando finalmente chegamos ao hospital. Foi reconfortante para mim adentrar em um hospital depois de tanto tempo, a última vez que estive em um fora no Brasil, e mesmo com as memórias nada agradáveis de meus últimos dias e trabalho, eu ficava feliz por estar de volta naquele local.
Caminhamos até a recepcionista com cara de buldogue que não nos deixou passar, e tivemos que ligar para o Micael descer, autorizando nossa entrada.
Ver Micael naquela situação foi extremamente engraçada, porque:
1) Micael era extremamente centrado e calmo, agora estava pulando de um canto para o outro feio um macaco.
2) Ele estava nervoso coitado, não parava de falar sobre a história do nascimento de sua antiga cabra de estimação. QUEM TEM UMA CABRA DE ESTIMAÇÃO?
4) Ele andava para um lado e para o outro, com a mão no queixo e uma cara pensativa.
Foi nesse ponto que me irritei, levantando bruscamente da cadeira e segurando Micael pelos ombros.
— Micael, a Mel está tendo um filho, não dando início a uma criação de cabras, e ela precisa que você fique calmo, então dá para você parar de andar como se quisesse fazer um buraco no chão? — Falei tão lentamente como se tivesse falando para uma criança de cinco anos de idade, Micael pareceu ouvir calmamente.
— Você tem razão — Soltei um suspiro de alívio e me sentei.
Foi só eu sentar que ele começou a andar para lá e para cá de novo.
— Uuuuuuuurgh — Digo, irritada, estava nervosa, Mel se tornara uma das minhas melhores amigos, mas conhecia aquele procedimento e sabia que a gravidez de Mel era segura, mesmo ela entrando em trabalho de parto um mês antes — Quem quer tomar café?
Arthur assente, e coloca Kaylie deitada sobre as cadeiras enquanto me acompanha até a cafeteria do hospital. Pego uma mesa, enquanto Arthur caminha até a lanchonete e volta com um pão de mel e café preto.
— Finalmente algo que me acorde — Ele murmura — Coitado do Micael, eu sei como é que é, mas estou com tanto sono que nem consigo dizer nada.
— Nem me fale, eu sei como são esses procedimentos e daqui a pouco eles vão deixar ele entrar na sala. Só querem conversar com a Mel antes.
Beberico um pouco de café, já me sentindo mais acordada.
— Lua, você nunca me falou porque desistiu da medicina.
— Não desisti da medicina — Digo, dando de ombros e mordendo meu bolinho de mel. Sinceramente, melhor que aquilo só pão de queijo — Foi a medicina que desistiu de mim, Arthur.
— Como assim? — Ele franze um cenho.
— De acordo com meu ex-orientador, eu perdi minha bolsa porque eu sou muito fria com os pacientes e teria que me tornar uma cidadã melhor antes de me comprometer completamente com um trabalho tão complicado, blablablá.
— Que blefe, você é nunca foi fria com a Kaylie — Um sorriso toma conta de seu rosto — Ou comigo.
— Francamente, você é um safado, Arthur Aguiar.
— Ah, qual foi? Você nunca teve uma fantasia sexual no hospital?
— Não, porque diferente de você, eu não sou uma ninfomaníaca.
Ele me manda a língua e eu termino de comer meu bolinhoe espero Arthur terminar, depois seguimos para a sala de espera, onde estão Chay e Sophia.
— Hey, já chamaram o Micael? — Pergunto, sentando-me ao lado de uma Kaylie estirada sobre as cadeiras do hospital.
— Aham — Diz o Chay, sonolento.
O ar do local parece mais gelado e me encolho de frio, chamado a atenção de Arthur, sentado ao meu lado.
— Hey, você quer meu casaco? — Antes que eu possa responder, Arthur retira o moletom e me ajuda a passá-lo pelos os ombros —Ficou bom em você.
Ele diz entre um sorriso, retribuo e me escoro na cadeira, minha cintura formigando enquanto ele passa a mão por lá.
Ficamos assim, por horas, eu sentada com o corpo grudada ao de Arthur – já que ele fazia questão de aproximar nossos corpos a cada segundo – enquanto ele brincava com a barra do meu moletom e roçava o joelho no meu.
Sophia e Chay foram e voltaram da cafeteria duas vezes, Kaylie acordou e voltou a dormir. E já são seis da manhã – e estou quase apagando no ombro de Arthur – quando Micael saí da sala. Ele está vestido com a capa uso e está tão pálido quanto um fantasmo. Coitado, fiquei bem assim no meu primeiro parto.
— Nasceu — Ele disse, despertando a atenção de todos — É UMA MENINA CACETE. O NOME DELA É LISA E ELA É LINDA — Ele gritou, e todos nós corremos para lhe abraçar — Ela está saudável, é uma gordinha, já foi levada e logo mais a tarde Mel vai poder amamentar ela.
— A gente já pode ver a Mel? — Perguntou a Sophia.
— Não — Digo — É um procedimento padrão, só Micael vai poder vê-la até ela se recuperar, hoje mais a tarde já vai.
— Gente, obrigado por ficarem aqui. Se vocês tem trabalho.
— É, eu tenho que levar Kaylie a escola, então é melhor a gente ir indo.
Eu e Arthur nos despedimos de Micael, até que a pimpolha resolve olhar os bebés antes. Caminhamos até aquela sessão, e eu sorrio ao encontrar a pequena Lisa Borges, ela era muito gordinha, fofa e com cara de joelho, e estava quietinha na encubadora. Calma como a Mel.
— Hey, Kaylie, você sabia que já foi desse tamanho? — Falou Arthur, eu ri.
— Claro que sei, né pai — Ela cruzou os braços — Assim que eu sai da barriga da minha mãe, papai, eu sei disso.
— Ah, sim — Arthur ficou desconcertado — A cegonha colocou uma sementinha na barriga da sua mãe e você foi crescendo — Se ele soubesse que a filha dele era mais esperta que isso.
— A cegonha? Foi você, pai. Eu sei que uma mulher engravida quando ela e um homem fazem sexo.
Arthur ficou roxo de vergonha e arregalou os olhos, se agachando em frente a Kaylie e colocando as mãos nos ombros dela.
— Como você sabe disso?
— Bem, naquele canal de educativo que você colocou, diz que a mulher engravida quando o homem penetra a banana... — Arthur colocou a mão sobre a boca de Kaylie, chamando a atenção, enquanto eu soltava risadas.
— Filha, esse troço aí é muito feio!
— Sério? — Disse Kaylie — Porque você fez então?
— Quer saber, vamos embora.
Arthur me puxou pelo braço e caminhamos para a fora do hospital. Soltei uma risada e adentrei o carro, Kaylie atrás com os braços cruzados. Ao chegarmos em casa, Kaylie foi direto dormir, já que ela não iria para escola e fui tomar um banho.
Coloquei um calcinha-shorts, uma camiseta cinza e prendi os cabelos em um coque e desci as escadas em direção a sala. Fiz pipoca e fui para a sala, ver um filme, já que tinha perdido o sono.
Estava entretido na metade de Ela é o cara, quando Arthur se senta ao meu lado, coloco os pés por cima de seu colo enquanto ele me rouba um punhado de pipoca.
— Deus — Digo — É tão estúpido como tudo acaba da mesma forma.
— Como assim? — Perguntou Arthur, de cenho franzido.
— Tipo assim, termina sempre com o beijo final, como se um beijo pudesse mudar tudo, pensa bem, um beijo acordou a Bela Adormecida, a Branca de Neve, como é possível que isso aconteça? Um beijo não tem tanto poder.
— Lua, isso é porque você nunca deu um beijo apaixonado, quando você beija alguém, e está amando-a... É completamente reconfortante.
Arthur prende o olhar ao meu, olha-nos por tanto tempo, com tamanha intensidade que sinto os meus dedos se retraírem em um arrepio. É tão intenso que parte de mim se perde. Ele roça o nariz no meu, e não faço ideia de como ficamos tão próximos assim.
É nesse momento que tenho o conhecimento de tudo. Eu não poderia beijá-lo.
É nesse momento que saio correndo



Continua...





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