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"Summertime"

                               Capitulo 6 - Parte 4





- Pede por favor... –Ele respondeu malicioso e a garota riu sarcástica.

- Me erra, Arthur!

- Pede! – Arthur apertou a cintura da garota com força, roçando o nariz no da garota.

- Por favor... Por favor! – Luinha respondeu baixo e o garoto riu.

- Tudo bem, se é isso o que você quer... – Arthur soltou os braços que prendiam Lua e riu. A garota respirou fundo e abriu os olhos, estava irritada, mas mais do que isso, estava tentada a fazer algo que sabia que iria se arrepender depois. Arthur sorriu ao olhar a garota totalmente desnorteada e saiu do quarto, fechando a porta. Luinha escorregou na parede com a respiração completamente falha, não sabia o que fazer. Respirou fundo novamente e levantou, girando a maçaneta. Mas a porta não abriu. Girou mais algumas vezes e nada aconteceu. Deu um soco na porta, com a raiva já consumindo seu corpo.

- Arthur! – Ela gritou, mas ninguém respondeu. – Puta que pariu!

Luinha correu até a varanda e viu Arthur rindo, sentado na grama.

- O QUE DIABOS VOCÊ TÁ FAZENDO? – Ela berrou, e ele se contorcia de rir. – Me tira daqui, Aguiar! – Ela continuou gritando.

- Engraçado, não é Luinha? – Ele levantou, andando de um lado para o outro – Achei que você fosse boa nisso, mas vejo que não! Só foi eu encostar em você 
– Ele riu presunçoso – Que a mulher decidida foi pelos ares, né? – Arthur riu e Lua gritou descontrolada, fazendo com que ele gargalhasse ainda mais alto. – Novidade pra você: Sinto informar, mas você não é tão boa nisso quanto pensa, docinho. Tenha uma ótima noite presa no quarto!

Arthur riu alto e jogou um beijo no ar, caminhando em direção ao portão. Lua gritava descontroladamente. Ele parou e olhou para trás.

- Tá gritando porque, maluca? – Ele disse e a garota bufou.

- Arthur, me tira daqui AGORA! – Luinha gritou autoritária.

- Ah, tá afim de sair? – Ele sorriu. – Pula! É baixinho! – Arthur disse cheio de si, mesmo sabendo que aquilo tinha sido uma tremenda maldade. Ele sabia que ela nunca pularia.

- Arthur, você sabe que eu tenho medo! – Ela disse com a voz chorosa e o garoto respirou fundo. Tinha prometido a si mesmo que não daria para trás.

- Bom, isso já não é problema meu! – Respondeu com a voz meio baixa e saiu dali, sem olhar pra trás, porque sabia que mudaria de idéia.

Arthur voltou andando devagar até o pub onde estavam. Por mais que aquilo fosse uma grande lição para Lua, estava se sentindo mal por tê-lo feito. As imagens da garota frágil entre seus braços, quase cedendo a suas carícias, faziam seu coração acelerar. Não conseguia entender o como tinha sido forte o suficiente pra levar o plano até o final, e por mais que se sentisse orgulhoso disso, aquela sensação ruim não o abandonava. Avistou Rodrigo com Mel e Amanda do lado de fora do pub e foi até eles.

- Onde você tava, dude? – Marques rapidamente perguntou e Arthur colocou as mãos nos bolsos, nervoso.

- Por aí. – Respondeu simplesmente.

- Meu, eu tô preocupada com a Luinha, tô falando sério! – Amanda dizia apreensiva, andando de um lado pro outro – Eu não agüento mais esperar, já era pra ela ter chegado, Rodrigo! Eu vou atrás dela!

- Eu também vou! – Melzinha disse rapidamente e Arthur sentiu as mãos gelarem.

- Não! – Ele disse rapidamente e as duas o encararam, confusas.

- Como não, Arthur? A minha amiga pode estar em perigo! – Amandinha disse e ele forçou um sorriso.

- A Luinha tá bem, eu estive com ela agora a pouco. – Respondeu contra a vontade e Rodrigo arregalou os olhos.

- Você tava com a Luinha? – Marques perguntou e Aguiar assentiu.

- E onde ela tá? – Mel perguntou.

- Ela foi buscar a câmera pra tirar fotos com vocês, mas conheceu um cara no meio do caminho e ficou conversando com ele. – Aguiar respondeu do nada e Amanda o encarou, sem acreditar nenhum pouco.

- Fala a verdade, Arthur. – Ela disse e o garoto sentiu o rosto queimar.

- Eu tô falando, Amandinha. Foi isso mesmo. Eu juro pra vocês que a amiga de vocês tá bem segura. – Arthur disse – Até demais. – Sussurrou mais para si mesmo, sentindo-se um completo idiota. Mel encarou Amanda.

- Tá, Aguiar. Se algo acontecer com a minha amiga, a culpa é total sua! – Amanda disse autoritária. – Vem Melzinha, vamos entrar. – A garota puxou Mel pela mão de volta para o pub. Antes que Rodrigo perguntasse alguma coisa, Arthur começou a falar.

- É verdade, Marques. Agora eu preciso fazer uma coisa. – Arthur disse rapidamente e saiu dali, ignorando o amigo e tudo o que ele pudesse lhe dizer.

Arthur pegou um táxi e chegou rapidamente na mansão. Sabia que Lua iria tentar o matar, e estava preparado pra isso. Tinha pegado pesado demais dessa vez. Subiu as escadas quase correndo e respirou fundo antes de virar a chave na maçaneta. Acendeu a luz do quarto e não viu ninguém.

- Luinha? – Perguntou, com a voz fraca. Ninguém respondeu e Aguiar tremeu. Abriu a porta do banheiro, mas também não havia ninguém lá dentro. – Merda. – Sussurrou, indo até a varanda.

Ao chegar à varanda, Arthur olhou para o lado e viu Luinha sentada no parapeito que interligava as varandas de Melzinha e Micael. Ela estava sentada, de olhos fechados e com o rosto vermelho.

- Luinha, o que você tá fazendo? – Arthur perguntou com os olhos arregalados e a garota abriu os olhos, olhando para o lado. Aguiar pode perceber que seus olhos estavam vermelhos e sentiu o peito apertar por isso.

- O que você acha, idiota? – Ela respondeu secamente, tentando enxugar as lágrimas.

- É perigoso, você não pode, você tem medo, você... – Arthur começou a gaguejar e a s
e sentir péssimo. Nunca havia se sentido daquela maneira antes.

- Cala a boca! Eu vou chegar do outro lado, sai daqui! – Lua respondeu se movimentando muito devagar, ainda sentada e de olhos fechados.

- Luinha, deixa eu te ajudar... – Arthur disse colocando uma perna no parapeito, mas sendo interrompido por um grito.

- Fica aonde você está, Aguiar. Eu não quero e eu não preciso da sua ajuda. – Ela respondeu ainda sentada, e Arthur podia ver que ela tremia. – Eu não quero 
nada que venha de você.

Arthur sentiu o estômago revirar quando ela disse isso. Respirou fundo, mas não estava se sentindo nada bem daquela forma. Não tinha imaginado que aquilo pudesse acontecer, sabia que tinha colocado tudo a perder. Colocou a perna pra dentro novamente, e encarou a garota, que mantinha os olhos fechados.

- Desculpa, Luinha. Eu não queria ter feito isso, eu...

- Eu disse pra você calar a boca.

Arthur sentiu os olhos queimarem e colocou as mãos nos bolsos, virando de costas.

- NÃO! – Luinha gritou e ele virou para trás rapidamente, assustado.

- O que foi? – Ele perguntou, a voz falha e tensa.

- Não vai, me ajuda! – Ela disse chorando e Arthur ficou em silêncio, subindo no parapeito sem questionar. Andou devagar e estendeu a mão para a garota.

- Vem, me dá sua mão. – Ele disse baixo e Luinha abriu os olhos, olhando pra cima.

- Eu vou cair. – Respondeu baixo e Arthur sorriu.

- Confia em mim.

- Tá meio difícil, ultimamente... – Luinha disse baixo e Arthur sentiu o coração apertar de novo, mas não disse nada, porque sabia que era verdade.

Lua segurou a mão de Arthur e ele a puxou para cima. A garota envolveu sua cintura rapidamente e fechou os olhos. Arthur sorriu.

- Ei... – Ele disse baixo e a Luinha o olhou nos olhos – Tá na hora de vencer seu medo. Vem, anda. – Arthur disse a puxando pela mão, mas a garota continuou parada e ele riu baixo. – Luinha, vem.

- Eu te mato, eu te mato! – Ela murmurava andando pé ante pé até a varanda.

- Não olha pra baixo. – Ele disse com a voz doce e a menina sorriu, mesmo sem querer, olhando nos olhos dele, que andava de costas. – Só mais um pouco, continua olhando pra mim, 
só pra mim – Ele disse e pulou pra dentro, ajudando-a a voltar pra varanda.
Luinha respirou fundo e sorriu.

- Não foi tão difícil. – Ela disse e Arthur sorriu largamente, vendo a garota tremer.

- Eu disse que era fácil. – Aguiar sorriu. – Você está tremendo! – Ele disse aproximando-se de Luinha e apertando seus braços ao redor da menina. Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. Rapidamente lembrou de tudo o que acontecera minutos antes, e soltou o abraço, irritada.

- Me larga, Aguiar. Sai de perto de mim! – Lua disse áspera e entrou para o quarto, pisando firme. Arthur passou as mãos nos cabelos, respirando fundo. Doce ilusão a dele. Nada era fácil com Lua Blanco.

Arthur entrou em seguida de Luinha, andando um pouco mais rápido para alcançá-la.

- Luinha, deixa eu falar com você... Eu te pedi desculpas, eu... – Ele dizia quando fora interrompido.

- Não é suficiente, Arthur. Você pegou pesado dessa vez! – Luinha disse alto e virou-se de frente para o garoto, que ficou em silêncio.

- Eu sei, mas o que você quer que eu faça? – Aguiar respondeu com a voz baixa e Lua bufou, rolando os olhos.

- Faça o que você quiser. Nada vai mudar. – Disse rapidamente e continuou andando.

- Eu sei que não. Eu ouvi o que você disse. – Arthur falou e a garota parou de andar, em frente a porta de seu quarto.

- Eu não sei do que você tá falando, lindinho. – Luinha respondeu sarcástica e Arthur rolou os olhos.

- Então deixa eu refrescar sua memória, meu bem... – Arthur disse com a voz já alterada e chegando perto novamente. Era impressionante como aquela garota o tirava do sério. – Você disse pra Sophia que me odeia.

Luinha arregalou os olhos e não conseguiu esconder o espanto e a vergonha que sentiu. Ele não podia ter ouvido aquilo, não podia.

- Arthur, eu... – A garota ia se desculpando, quando parou de falar. – Espera aí! Você anda ouvindo minhas conversas atrás da porta? Ah, só o que faltava!
 – Lua reclamou e Arthur riu debochado.

- Vocês estavam berrando, quem passasse a quilômetros daquela cozinha ouviria o que diziam. E do que adianta? Não muda de assunto, Lua. Você me odeia e eu ouvi isso.

- Eu não te odeio, Arthur. – Luinha disse com a voz baixa e olhando para os pés, e Arthur sorriu de canto ao perceber que tinha a deixado desconsertada.
- Então porque você disse que...

- Não sei. Sinceramente eu não sei.

Luinha disse o encarando nos olhos e Arthur sorriu. Deu um passo adiante e puxou a garota, apertando-a com força contra seu corpo. Lua sorriu largamente e envolveu a cintura de Arthur, sentindo o cheirinho bom que o garoto tinha, e sentindo-se incrivelmente bem enquanto ele acariciava seus cabelos devagar. Os dois passaram incontáveis minutos assim, e Arthur deu um longo beijo na bochecha de Lua, e sem largar sua cintura, encostou a testa na dela.

- Eu sei. – Ele disse baixinho e Luinha arqueou a sobrancelha, sem entender absolutamente nada.

- Sabe o que, criatura? – Lua disse engraçadamente e Arthur riu alto, fazendo com que ela risse junto. Era inevitável.

- Porque você disse que me odeia. Eu tenho uma teoria. – Aguiar disse e quando percebeu que a menina ia se manifestar, silenciou seus lábios com um toque suave de seu dedo, fazendo com que ela sentisse a nuca arrepiar sem querer.

- Fala. – Ela disse com os lábios quase colados e Arthur riu de novo.

- Porque, pelo menos pra mim, é muito mais fácil odiar você, do que... – Arthur parou e sorriu, tímido. – Do que gostar de você.

Luinha sorriu largamente e sentiu borboletas fazerem festa em seu estômago. Aquilo não estava acontecendo, era tão impossível, tão surreal, tão maravilhoso. Ao ver o lindo sorriso de Arthur se formar em seu rosto, tocou o rosto do garoto devagar e levantou nas pontas dos pés, roçando o nariz no dele e o olhando de uma distância tão minúscula que parecia deixá-lo perfeito. Perfeito. Aquele momento era exatamente isso.

- Você tem razão. – Luinha disse baixo, sentindo Arthur levantá-la um pouco pela cintura até que estivessem da mesma altura. – Parece que você leu minha mente. Era exatamente isso que eu queria dizer.

Arthur a puxou pra tão perto que Lua sentiu que a respiração ia falhar. Respirou fundo e sorriu, mordendo a bochecha do garoto.

- Não. – Ela disse, percebendo o que ele iria fazer. – Não agora.

- Por quê? – Arthur perguntou com um olhar fofo e um tanto decepcionado e a garota quase acabou ela mesma com tudo aquilo.

- Muito fácil pra você. – Ela disse e riu da cara confusa de Arthur. – Brigue por mim. Me conquiste. Mostre que você não é como nenhum outro. Eu estou cansada de me dar mal com os garotos. – Luinha sorriu de um jeito encantador. – Se você realmente quer, você vai achar um jeito de me fazer acreditar.

Arthur sorriu malicioso e Lua riu alto. Por mais que quisesse terminar com aquilo agora, aquele desafio lhe parecia mais tentador do que qualquer outro. Luinha estalou um beijo perto da boca de Arthur, que sorriu derrotado ao vê-la saindo em direção as escadas.

- Ei! – Arthur disse e Luinha virou para trás, olhando em seus olhos.

- O que foi?

- Eu aceito o desafio. Sabe de uma coisa? – Arthur disse encostado na parede e Luinha negou, mas sorria – Você vai ser minha, 
docinho. Pode esperar.


Continua...


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