- O que diabos foi aquilo? – Chay perguntou e Arthur quase deu um pulo de susto.
- Puta que pariu, vai assustar... O Micael! – Aguiar disse e os dois gargalharam.
- Não desconversa, dude! – Suede cutucou e Arthur coçou a cabeça, sentindo o rosto queimar.
- Não foi nada, cara. – Mentiu.
- Ah sim! “Chata essa chuva, né?”- Chay imitou a voz do amigo, que deu o dedo - Vocês dois estavam me assustando!
- Já disse que não é nada, Chay! Não enche, vai! – Arthur disse e foi para onde Mel e Rodrigo estavam.
- Mas que merda, a gente tá aqui tem mais de cinco horas! – Sop falou e enterrou a cabeça nos joelhos.
Estavam os oito sentados no chão do aeroporto. Arthur, Chay e Amanda estavam jogando Uno pela milésima vez, Lua estava deitada na barriga deMicael, ambos quase cochilando, Sophia estava quase quebrando o Ipod por não conseguir achar nada que agradasse, e Mel estava com Rodrigo tentando ajudar uma garota japonesa a entender o que estava acontecendo com o aeroporto, mais adiante. Luinha olhou para o rosto do irmão, que agora dormia tranquilamente e sorriu. Voltou seu olhar para os amigos, mais especificamente para Arthur, que olhou de volta, sorrindo. Amandinha também viu.
- Vem jogar, amiga! – Ela disse e Aguiar sorriu involuntariamente, fazendo Chay rir sozinho.
- Ah, eu tô com sono! – Luinha disse bocejando e os três riram. – Acho que vou comprar um café, alguém quer?
- Eu quero! – Sophia logo gritou e Lua arqueou a sobrancelha, rindo.
- Eu também! – Chay respondeu.
- Traz um pra mim também amiga? – Amanda pediu com carinha de anjo.
- Eu não sou um polvo, coleguinhas! – Ela respondeu e todos riram.
- Eu te ajudo. – Arthur respondeu sem nem pensar e ficou de pé, ao lado da garota que o encarava boquiaberta, assim com os demais. – Também quero um café.
- Tudo bem. – Luinha tentou não sorrir, mas estava feliz. Os dois seguiram lado a lado por entre as pessoas, ambos tentando ignorar os comentários que os amigos estavam fazendo disso.
- Você parece cansada. – Arthur quebrou o silêncio e Luinha sorriu.
- Estou tão acabada assim? – Ela escondeu o rosto, fazendo o garoto rir e tirar suas mãos dali.
- Eu não disse isso! – Arthur completou, rindo um pouco.
- Eu sei que não! Mas eu realmente devo estar um bagaço, eu tô com sono, com dor nas costas, com a bunda quadrada, eu não agüento mais essa chuva, esse aeroporto, nada disso! – Luinha disparou e Arthur parou de andar, deixando que ela seguisse sozinha.
- O que você tá fazendo? – Ela virou pra trás com cara de espanto e ele arqueou a sobrancelha, respondendo normalmente:
- Não há nada de errado com a tua bunda.
- Arthur Aguiar! – Lua ficou subitamente corada e estapeou o garoto, que começou a rir alto, e ela acabou fazendo o mesmo. – Você é retardado, só pode!
- Outch, muito obrigado! – Ele fez sinal de joinha e Luinha riu.
- Posso ajudar? – A moça interrompeu e os dois olharam para a frente.
- Dois cafés fortes, dois capuccinos com creme extra, e um descafeinado! – Luinha disse e a moça sorriu, anotando os pedidos.
- 26 libras. – Ela disse e Arthur estendeu a mão para pagar. Ele e Lua foram para o lado do balcão esperar os pedidos. – Porque diabos a Amanda precisa de um descafeinado pra ACORDAR? – Ele disse do nada e Luinha teve um acesso de riso, que o fez sorrir idiotamente.
- Não tente entender a Amanda, eu venho tentando há anos, acho que nunca vou conseguir! – Ela respondeu e Arthur riu. Os dois pegaram os copos e seguiram de volta.
- AE! – Chay gritou indo até os dois, rindo. – Qual é o meu?
- Esse aqui! – Luinha estendeu o outro copo e começou a beber o seu. Arthur entregou os demais cafés e olhou para ela.
Estava se sentindo estranho, era como se precisasse, de alguma maneira, ficar sozinho com Lua. Porque só quando estavam sozinhos eles podiam agir da maneira que fizeram na praia. Porque ele ainda queria ver se tudo o que fora dito era verdade. Aguiar encarava o copo, desanimado, quando ouviu a voz de Luinha um pouco mais à frente.
- Ah, que merda, não foi isso que eu pedi! – Ela reclamava fazendo careta. – Vou lá trocar.
- Espera, Luinha. – Ele disse e todos o olharam.
- Eu paguei no meu cartão, vou ter que ir junto. – Arthur disse e Lua sorriu de uma maneira estranha, que Aguiar não conseguiu decifrar.
Os dois estavam andando devagar e novamente em silêncio.
- O que você tem aí? – Arthur perguntou apontando para o copo, e Luinha corou, chacoalhando a cabeça.
- Capuccino com creme extra. – Ela respondeu olhando para frente, sentindo seu coração bater mais acelerado. Não tinha a mínima noção do porque estava fazendo aquilo.
- Mas você tinha pedido isso! – Arthur parou e a encarou, bastante confuso. Ela riu um pouco nervosa.
- Eu sei. – Luinha disse andando e Arthur a seguiu.
- Não entendi.
- Lerdo.
- Que?
Lua começou a rir e Arthur finalmente entendeu o que ela fizera, ao mesmo tempo que sentia borboletas fazendo festa em seu estômago. Então ela também pensava da mesma forma que ele, e isso era realmente bom. Arthur sorriu largamente e a garota fez o mesmo.
- Tá marota, hein? – Ele perguntou e Lua riu alto.
- Não estou, eu sou marota!
- Bom saber! – Arthur disse com um olhar tarado e recebeu um tapa na testa.
- Cacete Aguiar, acordou tarado hoje hein? – Ela disse e ele riu.
- Na verdade eu sou. – Aguiar disse e os dois gargalharam.
- Vamos sentar em algum lugar, Don Juan? – Luinha perguntou sorrindo e Arthur riu.
- Pode ser ali?
Arthur apontou para um canto próximo de uma livraria e Luinha assentiu com a cabeça. Os dois seguiam lado a lado tranquilamente, quando um homem passou correndo e esbarrou em Luinha, quase a derrubando. Arthur a segurou pelo braço e a garota derramou todo o café no chão.
- Ah, esse dia vai entrar pra história, droga! – A garota reclamou com um bico enorme no rosto e Arthur sorriu.
- Relaxa, vamos comprar outro! – Ele disse e Luinha encarou a enorme fila da cafeteria.
- Ah, deixa vai. – Ela murmurou e seguiu para onde Arthur havia apontado, sentando-se no chão.
- Toma o meu então! – Aguiar estendeu a mão para a garota que sorriu de canto, mas negou. – Vai, Luinha! Ou pelo menos me ajuda, eu não vou tomar tudo isso mesmo!
- Tá, eu te ajudo! – Ela sorriu pegando o copo.
- A que devo a honra de uma conversa particular com Lua Blanco? – Arthur sentou na frente de Lua, que riu mordendo o copo.
- Sabe, nós precisamos conversar muito sério. – A garota tirou o sorriso do rosto e Aguiar franziu a testa, confuso e apreensivo.
- Sobre?
- Sobre quem vai ter a guarda da blusa vermelha. – Luinha disse ainda com a voz séria e Arthur gargalhou muito alto.
- Sinto informar, mas a blusa é minha e eu não abro mão disso!
- Então teremos um problema. – Lua arqueou a sobrancelha e os dois começaram a rir em conjunto.
- Ontem foi... Divertido. – Arthur sorriu e olhou para baixo, um pouco corado. Lua sorriu ao perceber.
- Foi mesmo. Obrigada.
- Por?
- Por ter salvado minha noite, acho que eu teria cometido um homicídio se você não estivesse comigo, o Brian merecia! – Ela disse e os dois riram.
Continua...
Ah, +++
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