Já passavam da meia noite e Lua olhava o relógio a cada 5 minutos,onde estaria ele? Pergunta inútil, pensava ela. Sabia muito bem onde ele estava quando demorava, ou estava em bares a beber ou estava em festas pegando todas que visse pela frente, ou simplesmente os dois juntos. Sentiu lágrimas inundarem-lhe os olhos ao pensar nisso, por que tudo era assim com ela? Ela amava-o mais que tudo e ele só lhe desprezava, espancava e traia. O que ela teria feito?Teria jogado pedras na cruz para sofrer tanto? Não, ela simplesmente nunca se dava bem em nenhum relacionamento, pelo menos nos outros era tratada bem mesmo que fosse só fachada e que na verdade era traída por todos os lados. Mas com Aguiar era pior, ele fazia tudo de ruim e ainda fazia questão de jogar na cara, então porque tanto amor? Era o que ela se perguntava todas as noites.
Deu um longo suspiro ao ouvir passos no corredor e puxar o edredon rapidamente para fingir dormir. Depois de alguns instantes a porta se abriu e quase não segurou o choro ao vê-lo passar ao seu lado com cheiro de bebida e pelo visto cheiro de perfume feminino também. Saiu correndo do quarto assim que ele entrou no banheiro, sabia muito bem o que viria pela frente, ao passar por um dos corredores da enorme casa sentiu algo lhe agarrar o braço e apertá-lo com força.
DROGA, ele havia percebido.
– Posso saber onde você estava indo Lua Maria? - a voz estava embriagada lhe deu muito mais medo do que já sentia.
– Arthur me solta tá me machucando - tentava se desvencilhar mas era em vão.
– RESPONDE A MINHA PERGUNTA PORRA, EU NÃO QUERO SABER SE VOCÊ ESTÁ SE MACHUCANDO OU NÃO, EU QUERO SABER ONDE VOCÊ ESTAVA INDO.
– E-eu estava indo pro quarto de hós-hóspedes - respondeu gaguejando.
– ESTÁ COM MEDO DE MIM COISA INSIGNIFICANTE? - falava com tanta raiva que chegava a espumar o canto dos lábios. – VOU TE ENSINAR A NUNCA MAIS TER MEDO DE MIM, TÁ ENTENDENDO? - nesse instante sentiu algo arder em seu rosto. Ele havia lhe batido, de novo. A arrastou até o quarto e a jogou com força em cima da cama, tirou o cinto que a usava cintura e acertou em cheio suas pernas – PARE DE CHORAR CARALHO, SEU CHORO ME IRRITA. - mais uma cintada mas dessa vez nas costas.
– Arthur pará por favor, eu lhe imploro. - a dor era tanta que Lua começou a falar coisas sem nexos, depois de mais alguns minutos apanhando ele parou.
– Espero que nunca mais tente fugir da minha presença, se não já sabe o que acontece. - segurou-lhe o rosto e a empurrou pra trás com brutalidade.
Lua chorou o resto da noite, o que ela fazia pra ele ? Seu maior arrependimento na vida era ter aceitado aquele maldito pedido de casamento. Vida feliz, filhos e muito amor. Tudo jogado no lixo logo depois da festa de casamento. Em meio a choros e soluços acabou dormindo encolhida já perto do nascer do sol.
Continua...
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