Aprendendo a reconquistar

                                           Capitulo 43

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Lua esperava sentada na recepção do hospital alguma notícia de Arthur, enquanto era amparada por Mel e Sophia. Chorava profundamente chamando a atenção de funcionários e outras pessoas que passavam por lá.

- Se ninguém vier me dar notícias dele logo, eu vou invadir o centro cirúrgico.

- Calma Luinha, já já alguém aparece com notícias do Arthur - diz Mel.

- Se acontecer alguma coisa com ele, eu nem sei o que eu faço. É minha culpa esse acidente.

- Não é não Lua, você não imaginaria que passaria um bêbado com um carro roubado, no exato momento que você estava atravessando a rua - Mel ajudava a secar algumas lágrimas.

- E também serviu pra te mostrar uma coisa.

- Me mostrar o quê Sophia? Que eu ainda sou completamente apaixonada pelo Arthur? E estou aqui feito uma louca chorando por ele?

- Não. Você acha que se o Arthur não te amasse, ele seria capaz de se jogar em frente ao carro pra te salvar?

- E agora ele pode… vocês sabem - evitou a palavra certa - por minha culpa. EU DEVERIA ESTAR LÁ DENTRO, EU MERECIA TER SIDO ATROPELADA - gritou mais alto.

- Se acalma Lua, já dissemos que você não tem culpa de nada - Mel a abraçou mais forte.

- Parentes ou amigos de Arthur Aguiar? - um médico que aparentava ter pouco mais de trinta anos, chamava alto ao entrar na sala de espera.

- Somos nós - Lua levantou a mão e o médico andou até elas - Como meu… - pensou bem, ainda eram casados no papel - marido está doutor?

- Bem senhorita Aguiar - estranhou, não era chamada assim a muito tempo - as notícias não são muito boas - Lua aumentou a frequência do choro - O seu esposo bateu a cabeça com muita força e sofreu um traumatismo craniano e infelizmente tivemos que colocá-lo em coma induzido até o inchaço em seu cerébro diminuir - Lua caiu ajoelhada e soluçava alto, Sophia  e Mel também choravam mas de forma mais silenciosa.

- Quando ele vai acordar doutor? Me diz pelo menos que ele vai ficar bem, por favor?

- Isso depende da forma como o organismo do Arthur vai reagir. Em algumas pessoas o inchaço é imediato a partir da medicação, em outras pode demorar alguns dias e talvez até uma ou duas semanas, a partir do momento que o cérebro dele voltar ao tamanho normal eu suspendo a medicação forte e ele acorda.

- Ele machucou mais alguma coisa além da cabeça? - Sophia perguntava.

- Teve uma leve lesão no pé direito mas não foi preciso colocar o gesso, se ele acordar em uma semana, já vai poder andar normalmente. Fora isso e a lesão na cabeça, não ocorreu mais nada.

- Podemos ir vê-lo? - Lua se levantou.

- Sim mas só uma pessoa pode entrar e ficar lá dentro, ele está na UTI e não é permitido duas ou mais.

- Vai lá Lua, eu e a Sop vamos pra nossas casas e qualquer coisa que aconteça, você liga pra uma de nós duas.

- Tudo bem, obrigada por tudo amigas, eu amo vocês - abraçou-as e se despediu, voltando a atenção para o médico assim que elas foram embora - Pra onde fica a UTI?

- Entra pela mesma porta que eu entrei, suba duas rampas e vire no corredor a esquerda, o quarto é o numero onze. Daqui a algumas horas eu passo lá pra ver como ele está.

- Obrigada - olhou no paletó do médico - Doutor Rafael - fez o percurso que o médico tinha pedido e encontrou o quarto de Arthur.

Sentiu suas pálpebras mais embaçadas ao vê-lo deitado na cama quase sem vida, conectado a vários aparelhos, só Deus sabia como ela queria estar no lugar dele. Se aproximou da cama e passou a mão por seu rosto e deu um leve selinho em sua boca.

- Eu vou estar aqui quando você acordar, eu prometo - sentou-se no sofá que havia no quarto e adormeceu em seguida, não porque queria mas já passava das seis da manhã e seu corpo não respondia a nenhum movimento, tamanho cansaço.

 Continua...