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"Summertime"

                                       Capitulo 8 -  You just need to feel it






Talvez aquilo representasse mais do que duas bocas que pareciam aflitas para nunca desgrudarem, mais do que respirações ofegantes e muito mais do que vários objetos que foram derrubados no trajeto pela casa. Mas quem conseguiria explicar, quando os corações batiam mais forte que o normal e seu objeto de ódio parecia ter se tornado tudo aquilo que você necessitava pra sobreviver?

- Outch! – Lua reclamou quando algo não identificado caiu em seu pé. Ouviu a risada baixa de Arthur em seu ouvido e acabou rindo junto.

- Desculpe!

Ele disse num sussurro enquanto beijava o pescoço de Lu. Não sabiam exatamente há quanto tempo estavam ali, não estavam mais medindo conseqüências de absolutamente nada. Lua sentiu sua pele arrepiar com os beijos do garoto e o puxou para mais perto, o que provavelmente seria humanamente impossível, roçando o nariz no dele. Encostou os lábios suavemente nos de Aguiar, e fechou os olhos sentindo a respiração quente em sua pele. Os lábios de Arthur se curvaram em um sorriso, e a garota pode perceber sem olhar. Continuou com selinhos demorados até que não resistiu em aprofundar o beijo calmamente. Não precisavam ter pressa, o mundo não importava. Nada importava. Percebeu que Arthur começara a andar de costas e a puxar com ele, ao mesmo tempo que o beijo ficava mais rápido. Parecia que ele sabia exatamente o que fazer, e como fazer. As mãos de Lu já passeavam descontroladamente pelas costas de Aguiar, enquanto ele a deitava sutilmente no enorme sofá da sala. Colocou uma perna de cada lado do corpo da garota, sem partir o beijo, e Lua já começara a arranhar sua barriga por baixo da camisa. Arthur começou a sentir o coração bater estranhamente de novo. Mas que porra era aquela? O que aquela garota fazia para deixá-lo daquele jeito? Não teve muito tempo pra pensar, sua respiração estava ofegante demais e suas mãos já agiam sozinhas, apertando o lado da coxa de Lua e avançando por dentro do vestido que ela usava. Lua desceu uma das mãos pelas costas de Arthur e parou em sua bunda, apertando consideravelmente. O garoto partira o beijo e os dois desataram a rir, completamente sem fôlego.

- Tarada! – Arthur disse com um falso tom de indignação e a garota gargalhou ainda mais. 

- Eu? Olha onde sua mão está, Arthur Aguiar! – Ela respondeu rapidamente e Arthur viu sua mão apoiada em um dos seios de Lua. Começou a rir de novo.

- Elas trabalham sozinhas... – Sussurrou presunçoso e Lu mordeu seu ombro, ainda rindo um pouco demais. Provavelmente devido ao excesso de álcool que tinha ingerido na danceteria.

- Eu acho que eu estou bêbada! – Justificou a risada e Arthur mordiscou o lóbulo de sua orelha, fazendo-a estremecer.

- Muito bêbada? – Aguiar a encarou apreensivo. Ela não podia estar bêbada, se estivesse, faria coisas de que se arrependeria. Ele não gostava de se aproveitar de garotas, ainda mais de Lua. Ele também estava um tanto alterado, mas tinha plena noção do que estava fazendo. Lu viu o garoto morder sutilmente o próprio lábio, e achou aquilo extremamente fofo, e bastante sexy. Sorriu.

- O suficiente para saber exatamente o que eu quero. – Respondeu arqueando uma sobrancelha e Arthur ia abrir a boca para dizer algo, mas ela o calou com um beijo rápido. – E o que eu quero é você.
Um sorriso tomou conta do rosto de Aguiar e ele não disse mais nada. Não precisaria dizer, era péssimo com palavras e ela o acharia um perfeito idiota se ele tentasse dizer alguma coisa. Colou sua boca na de Lu e a beijou de um jeito que ela nunca conseguiria explicar, mas que se estivesse em pé, seus joelhos teriam a derrubado. Arthur entrelaçou suas mãos no cabelo da garota enquanto intensificava o beijo. Lua já desabotoava a camisa de Aguiar e ele sorriu percebendo esse detalhe. Começou a subir o vestido – Adorava vestidos, eram extremamente práticos – E parou o beijo encarando a barriga descoberta da garota. Riu pervertidamente e continuou puxando a peça para cima, enquanto beijava seu pescoço.

- Arthur... – Lua murmurou com a boca colada na dele, sentindo os beijos que já desciam de seu pescoço para o colo.

- Hum.

- Esse barulho tá estranho. – Ela disse baixo e o garoto riu.

- Que barulho?

- Shhh. – Ela o calou com um selinho e os dois ficaram em silêncio, tentando normalizar a respiração. Então Aguiar ouviu algo que se assemelhava muito a uma risada. Uma risada bastante conhecida. Lu arregalou os olhos.

- Merda. – Arthur sussurrou. – É o Micael.

- E o Thiago. – Lua completou baixo e empurrou Aguiar para trás, ajeitando o vestido e correndo em direção a escada.

- Aonde você vai? – Arthur fez cara de pânico e falou um pouco alto demais, mordendo o próprio lábio por isso.

- Pra cima. Fica aí, finge que tá sozinho! – Sussurrou ouvindo a chave virar na porta – Puta que pariu!

- Lu, olha o meu estado! – Ele disse e a garota desceu o olhar para ver um certo volume sob os jeans de Aguiar. Gargalhou.

- Liga no Playboy TV. – Respondeu rindo e sumiu escada acima. Arthur ficou com cara de nada, mas depois começara a rir e se jogou no sofá. Aquela garota não era normal.

- Mas dude, ela era gostosa pra caralho! – Micael disse entrando em casa e Thiago riu alto.

- Sei lá, eu preferi a morena que eu peguei quando cheguei... Muito mais gostosa! – Amaral respondeu acendendo a luz e avistando Arthur jogado no sofá. – Puta merda, que susto!

Arthur gargalhou.
- Achou que um ladrão tinha dormido no sofá? – Respondeu com a voz tediosa embaixo de algumas almofadas. Micael arqueou a sobrancelha.

- O que você tá fazendo aqui, Arthur? Aliás, você saiu arrastando a Lua pela escada totalmente revoltado e agora... Tá aqui? O que aconteceu? Cadê ela? – Borges disparou em perguntas e Thiago segurou o riso.

- Nada, não aconteceu nada! – Arthur respondeu de imediato com a voz trêmula – Acabei de chegar, não faço a mínima de onde ela está!

- Mas vocês estavam brigando por quê? – Micael insistiu.

- E desde quando a gente precisa de motivo pra brigar? – Arthur respondeu e quase riu, sabendo que de certa forma aquilo era verdade – Eu tava puto porque ela não me deu um recado, sabe da francesa? Ela ligou desmarcando, mas a Lu... A Lua não me avisou, aí eu fui tirar satisfação! Ela não voltou pra balada? – Arthur perguntou contente por ter respostas tão rápidas. Thiago arqueou a sobrancelha.

- Nem, acho que não... – Micael disse. – Vou subir pro meu quarto, infelizmente não é hoje que rola uma festinha lá... Mas aquela ruiva vai se ver comigo amanhã, ah vai! – Disse e os amigos gargalharam. – Beijos nas bundinhas sexys de vocês! – Micael disse com a voz afetada, fazendo Arthur rir ainda mais.

- Sua bicha! – Amaral disse rindo.

- Eu sei que você me ama! – Borges respondeu e subiu as escadas.

- Fugiu direitinho meu caro Aguiar, passou quanto tempo bolando essa resposta? – Thiago sacaneou e Arthur deu o dedo.

- Trinta segundos. Eu sou foda!

- Quem vê pensa... – Thiago riu – Agora me conta, o que houve lá fora?

Arthur olhou para a escada, e voltou o olhar pra Thiago. Não sabia o que Lua estava fazendo lá em cima, se estava se escondendo ou coisa do tipo. Mas queria ir lá saber, queria continuar o que tinham parado e conversar com Amaral não era muito promissor.

- Erm... Depois eu te conto, vou tomar um banho... To com dor de cabeça! 

– Arthur desconversou indo em direção a escada e Amaral franziu a testa.

- Arthur...

- O que é?

- O que você tava fazendo?

- Eu tava aqui deitado, já falei! – Arthur rolou os olhos impaciente.

- Porque sua camisa está abotoada de forma estranha? – Thiago perguntou e Arthur engoliu seco – Melhor! Bela marca no seu pescoço, campeão... – Amaral gargalhou e Arthur arregalou os olhos.

- Arrumei companhia na saída... – Respondeu tentando parecer despreocupado – Tô subindo!

Arthur subiu as escadas rapidamente – dois degraus por vez – E foi praticamente correndo para o fim do corredor, em direção ao quarto de Lua. Passou a mão nos cabelos e sentiu-se um idiota por estar se arrumando antes de encontrá-la: não tinha a menor noção do poder que essa garota exercia sobre ele.

- Dude, vem aqui! – Micael apareceu no fim do corredor e Arthur bufou. Aquilo não estava acontecendo.

- O que é, Borges? – Perguntou impaciente e Micael fez careta.

- Que mau humor! Vem aqui, deixa eu te mostrar uma parada aqui no pc!

- Eu não tô com tempo agora! – Respondeu rolando os olhos.

- Vem logo, caralho! – Micael reclamou e Aguiar rolou os olhos, seguindo-o. Nunca tinha odiado tanto seu amigo como naquele momento.

Lua desencostou da porta xingando Borges mentalmente. Tinha escutado toda a conversa, mas não poderia fazer nada. Já tinha colocado sua camisola e estava morrendo de sede. Sua respiração falhava só de lembrar das coisas que haviam acontecido naquela noite. Chacoalhou a cabeça para espantar os pensamentos que faziam com que saísse de si e abriu a porta, indo em direção à cozinha. A luz estava acesa, e ela não lembrava de ter visto isso. Aliás, não lembrava de ter visto nada naquela casa. Hesitou em olhar para trás e ver se tinha algum estrago mais sério na sala de sua tia, e entrou para beber alguma coisa. Foi quando deu de cara com Thiago, que preparava um sanduíche.

- Thiago! – Exclamou um pouco surpresa. Como era idiota, tinha esquecido que Amaral também tinha chegado. O garoto nada disse, apenas desatou a rir compulsivamente. – Você bebeu, amigo?

- Ah... ah... Isso é muito bom! – Amaral disse e Lua arqueou a sobrancelha, e depois estremeceu. Havia algo de bem estranho ali.

- Oh céus, ele enlouqueceu de vez! – Rolou os olhos teatralmente e fingiu indiferença, indo até a geladeira – O que aconteceu, seu doido?

- Comigo nada. – Amaral respondeu aproximando-se – Com você e o Arthur eu já não sei. – Disse maliciosamente e a garota bateu a cabeça no teto da geladeira, assustada.

- Porra! – Reclamou segurando a cabeça, enquanto Thiago ria ainda mais.

 – Você tá maluco, só pode!

- Confessa, Lu! Primeiro eu chego aqui e vejo o Arthur enterrado em almofadas, o que é bem suspeito – Thiago riu e Lua segurou o riso – Depois, percebo que meu querido amigo está com a camisa muito mal abotoada e com marcas suspeitas no pescoço. Agora você tá aqui. Legal né? – Amaral riu.

- Não significa nada, amorzinho. Se o Arthur andou de pegação por aí eu não sei, porque não sei se você reparou, mas eu estou de camisola, eu estava dormindo! – Lu respondeu com um tom quase óbvio. Adorava suas veias artísticas, quase ninguém desconfiava quando mentia. Quase ninguém.

- Engraçado, porque até onde eu sei, vocês saíram juntos da balada... Agora estão os dois aqui... Bem estranho. – Thiago sorriu pervertido e Lua abriu a boca, mas não emitiu som algum. Então Arthur entrou na cozinha, para completar a felicidade de Thiago.

- Lua, você tá aqui! – Arthur disse com olhar de espanto e Amaral riu novamente.

- Claro que estou, seu idiota! – Lu respondeu rapidamente e Aguiar franziu a testa – Agora vocês dois me dêem licença, porque estão estragando meu sono de beleza!

- Tem certeza que você vai dormir? – Thiago disse e Arthur respirou fundo, vendo Lu se virar e andar em direção à Amaral. Colocou uma mão de cada lado do corpo de Thiago, prendendo-o ali, e viu o amigo arregalar os olhos.

- Por quê, está pensando em me visitar à noite? – Disse com um sorrisinho malicioso e Amaral não conseguia responder nada, fazendo-a rir. – Foi o que eu pensei. Se mudar de idéia, a porta está aberta, sexy... – Concluiu e passou ao lado de Aguiar, que estava boquiaberto.

- Mas que garoto idiota, será que eu precisava desenhar pra ele entender que a minha porta ia ficar aberta? ABERTA!

Lua murmurava rolando na cama. Eram quase cinco da manhã e ela não conseguira pregar o olho. Tinha escutado as vozes de seu irmão chegando – bêbado, por sinal – de Melanie e Soph, mas nada de Arthur virar homem e entrar naquele quarto. Depois de xinga-lo de todos os palavrões e em todos os idiomas que ela tinha conhecimento, virou para o lado e começou a se esforçar para dormir. Demoraram mais quarenta e cinco minutos, mas muito contra sua própria vontade, o sono a venceu.

- Lu... Acorda.


Continua...





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