O vizinho do lado

                                                        Capitulo 94

O céu, naquela tarde, não estava com a costumeira cor anil, dando a ideia de que os anjos decidiram misturar as cores rosa e laranja para ver o resultado. 
O sol já estava sumindo, quando um carro parou no portão de Mel, a mesma desceu com as mesmas roupas que usara no dia anterior, e Lua, escorada na janela, pode identificar Chay dentro do carro.
Pelo jeito ela não havia sido a única que passará a noite acompanhada. Sorriu.
O carro de Arthur dobrou a rua, assim que o carro de Chay arrancou, e então todo o nervosismo e a ansiedade que Lua ocultara durante o dia todo, apareceu como uma avalanche de emoções.
Saiu rapidamente da janela e correu para o banheiro. 
Tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, deixando apenas a franja caída para o lado. No rosto apenas blush e batom. 
Estava de pé no chão, e com um short jeans, e uma camiseta gigante. Mais uma das que pegara emprestada de Mica e nunca devolvera. 
Respirou fundo e foi até a cozinha.
Ensaiou uma pose casual no sofá, e fingiu ler um jornal. 
A porta por fim abriu-se e Arthur entrou.

- Lua? - ele a chamou quando ela pareceu não notar sua chegada

- Oh, você chegou … - ela disse largando o jornal e dando um sorriso

- Porque esta lendo o jornal de sexta se hoje é segunda? - ele perguntou franzindo as sobrancelhas.

- Gosto de ficar por dentro das noticias…

Por três segundos ela se acho absurdamente estupida.

- Como foi seu dia? - ele perguntou sentando-se em uma cadeira

- Bom. Eu escrevi alguns capítulos do meu livro, estou quase terminando. - ela disse orgulhosa.

- Posso saber sobre o que e como é a história? - ele perguntou curioso

- Claro. - ela completou - Quando ele for publicado. - ele fez uma careta e ela riu.

- O que foi? Parece de mau humor. - ela comentou

- Foi apenas um dia difícil. - disse alisando as têmporas

- Você bebeu? - ela perguntou desconfiada ao ver que ele não estava no seu estado normal.

- Muito pouco. - mentiu

- Onde esta Lola? Na casa da sua mãe? - ele assentiu – Ela não foi a escola?

- Não. - disse sem paciência

- Mas cuide para não deixá-la faltar muito. - ela disse calma - É importante pra ela ir a escola, aprender coisas novas, gastar energia... - ele a interrompeu

- Não sou um pai negligente Lua. - ele a cortou 

- Eu não disse isso. - ela tentou se defender

– Não disse mas deu à intender. É muito raro Lola faltar a aula, e ela só faltou graças a você. - ele disse sem paciência

- Graças a mim? - ela perguntou começando a se irritar – Posso saber porque?

- Porque se você não tivesse bancado a criança ontem nada disso teria acontecido, mas não você tem que agir como se tivesse dez anos.

Continua...

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