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Web: Metamorfose - Capitulo 7




- A dor de um amor quase perdido (Penultimo capitulo)



Depois coloco foto
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Arthur POV


Entrei em casa tomando cuidado para não fazer barulho. Já era noite, mais precisamente dez horas. Acho que fiquei tempo demais naquele parque.
Subi as escadas devagar, tomei banho e deitei-me. Lua ressonava tranquilamente, toda encolhida. Levantei-me novamente e a cobri com um lençol. Abaixei-me e depoisitei um leve beijo em seus lábios. Eu queria tanto poder fazer tudo diferente. Acho que o melhor a fazer é pedir desculpas. Sentei-me no chão a observando dormir com um leve sorriso nos lábios. O que eu faria para que ela aceitasse minhas desculpas? Preciso pensar.


Lua POV


Espreguicei-me e abri os olhos lentamente, me assustando com a visão que tive. Arthur dormia sentado ao meu lado da cama, com a cabeça pendendo. Certamente teria um torcicolo. Mas... Ele dormiu me vendo dormir? Não evitei um sorriso. E lá vinha a vontade de fazer um leve carinho em seus cabelos bagunçados. Controlei-me e entrei para tomar um banho. Meu plano deveria dar certo, e se eu quisesse que isto acontecesse, deveria me controlar. Senti uma leve tontura e rapidamente segurei-me na pia, respirando fundo.


Arthur POV


Acordei e uma dor no pescoço logo me atingiu. Droga. Dormir vendo Lua dormir é uma coisa que tentarei não fazer mais, se essa for a consequência de todas as manhãs. Dei um impulso e levantei-me. Lua não estava mais na cama. Será que não ligou nem um pouco de eu ter dormido nesta posição? Poxa, poderia ter me acordado...
Esperei que ela saísse do banheiro e entrei também, respirando fundo. Mais um dia de trabalho.


Lua POV


- Ah, Soph. Hoje o dia foi bem cansativo. - Suspirei me jogando no sofá da casa de minha amiga - Eu não estou me sentindo muito bem também. Um mal estar...
- Sério? Foi algo que comeu? - Ela fez uma careta engraçada.
- Não, não... - Sacudi a cabeça - Jajá deve passar. - Mal disse isso e senti uma imensa vontade de enjoar. Corri para o banheiro de Sophia, botando tudo que havia comido no jantar pra fora.
- Lua? - Ela perguntou enquanto eu passava àgua no rosto e lavava a boca. - Você tá bem?
- Acho que estou. - Respirei fundo. - Se ainda não estiver, irei ficar. - Sorri torto - Eu não sei porque estou assim.
- Não mesmo? - Ela me olhou desconfiada. Neguei com a cabeça.


Arthur POV


- Ué, não ia sair? - Perguntei ao ver Lua cruzar a porta. Ela havia saído a duas horas, e não era lá muito normal vê-la chegar tão cedo em casa, o que me deixava muito irritado.
- Não estou me sentindo muito bem. - Murmurou subindo as escadas. Parei no mesmo instante.
- Você está doente? - Ela parou de subir as escadas e olhou-me
- Não, acho que deve ser apenas um mal estar. Boa noite. - Sorriu fraquinho e subiu as escadas.


Lua POV


Saía do banheiro quando uma forte tontura me pegou. Senti os braços de Arthur me envolverem, impedindo que eu caísse. Ele pegou-me no colo, me deitando na cama. Lançou-me um olhar de reprovação.
- Tem certeza que não está doente? - Sentou-se do meu lado na cama
- Não sei. Foi apenas uma tontura, já passou.
- Hn.. - Bocejei e ele levantou-se, apagando a luz e deitando-se ao meu lado.
- Boa noite, Arthur. - Virei-me para seu lado.
- Boa noite - o ouvi bocejar também, e falar baixinho logo em seguida - Carinho. - Sorri automaticamente ao ouvir o apelido dado a mim á um tempo atrás, adormecendo.


Depois de mais um dia longo e exaustivo no trabalho, eu conversava com Sophia, contando o acontecido da noite passada. Ela mal abriu a boca, e eu já sabia que viria reclamação.
- Lua, você tem que ir no médico. Não é normal ficar vômitando, tendo tonturas e... - Ela pareceu parar um pouco pra pensar, me olhando com os olhos arregalados em seguida - Lua Blanco. Você devorou praticamente uma torta inteira sozinha...
- E? O que tem? - Estreitei os olhos - Você sabe que eu sempre fui gulosa.
- Mas não a ponto de comer uma torta GRANDE inteira e sozinha. Lua, você está... - Engoliu em seco - Grávida?
- Não, minha menstruação veio normal esse mês. - Revirei os olhos. Eu não podia estar grávida.
- Isso não quer dizer nada. Acho melhor você ir ao médico, fazer um exame pra saber direitinho e... - Cortei-a
- Eu não vou fazer exame nenhum, eu não estou grávida. - Falei com raiva.
- Como você vai saber, se não fizer um exame de sangue? - Olhou-me de um jeito que eu odiava.
- Caramba Sophia, quando você quer ser chata consegue. - Bufei - Eu vou fazer, mas só pra te mostrar que está totalmente errada.


Arthur POV


Acordei de madrugada, com alguns barulhos. Eles vinham do banheiro. Levantei-me coçando os olhos, seguindo o som que não era nem um pouco agradável...
- Lua? - Falei com os olhos arregalados ao vê-la vômitando no vaso sanitário. Ela levantou-se, lavando o rosto e escovando
os dentes. - Você definitivamente não está bem.
- Eu achei que estava.
- Também está enjoando? Por que não me disse nada? Tem que ir ao médico, não pode ficar passando mal assim. - Ela olhou-me e fez uma careta.
- Não gosto nem de pensar em ter que ir ao médico. - Andou até a cama e deitou-se. Fiz o mesmo.
- Mas tem que começar a pensar. Não quero ver você doente. - Virei-me para seu lado. Ela nada me respondeu.


Lua POV


Olhei pra Sophia, que me lançava olhares ansiosos e apreensivos. Eu estava tensa, confesso. O resultado dos exames estava sendo aberto pela doutora, que mal acabou de ler e abriu um grande sorriso. Não sabia se aquilo era bom ou ruim.
- Parabéns, Lua. - Entregou-me os exames - Você vai ser mamãe. - Meu queixo caiu, meu coração acelerou e eu tive uma imensa vontade de dar um tapa na cara daquela doutora para lhe tirar o sorriso bobo do rosto.
- O que? Não pode ser! Eu não estou grávida, não pode ser verdade! 
- Como assim? Você não queria este filho? - Parei para pensar. Eu sempre quis um filho, mas não na situação em que meu casamento se encontrava. Arthur provavelmente não gostaria da notícia. Senti uma lágrima escorrer por meu rosto, e limpei-a rapidamente. Não iria chorar na frente da doutora.
- Olha doutora, muito obrigada por tudo. Nós vamos embora. - Sophia sorriu e puxou-me pela mão, logo estávamos fora do hospital.
- Não Sophia, não pode ser verdade. - Permiti-me chorar assim que entramos no carro.
- Mas é verdade, Lua. Vai contar pro Arthur, não vai?
- Não sei. - Suspirei. Ele não queria um filho, ao contrário de mim. Eu esperava a pior reação dele, fosse de brigar comigo à... Me pedir para tirar o filho. Eu nunca o tiraria, independente do que acontecesse.
- Pra sua casa ou pra minha? - Perguntou
- Primeiro na minha. Preciso pegar minhas coisas. - A idéia foi rápida, e eu estava disposta a executa-la
- Como? Pegar suas coisas? - Olhou-me rapidamente sem entender nada, logo voltando a prestar atenção na estrada.
- Eu vou sair de casa, Sophia. - Suspirei e olhei pelo vidro da janela


Arthur POV


Adentrei a casa, e logo estranhei. Estava tudo silencioso demais... Como todas as vezes que Lua saía e me deixava sozinho em casa. Suspirei, jogando a pasta no sofá da sala e afrouxando a gravata. Subi as escadas e tomei banho. Na cozinha, não havia nada pra comer. Acho que desta vez ela esqueceu-se de mim.
Fiz um miojo qualquer, comendo sem muita vontade. Aquilo passava muito, mas muuuito longe da comida gostosa de sLua.
Tudo parecia estar estranho naquela noite. Cama fria demais, solidão demais...Suspirei pela milésima vez, tentando dormir.


Disquei o número de Lua, bufando. Já havia perdido a conta de quantas ligações lhe fizera. Ela não tinha dormido em casa esta noite, nem apareceu na empresa, o que me deixava preocupado. Liguei para meu pai, ansioso por notícias
- Arthur, a que devo a honra da ligação? - Brincou
- Pai, o senhor sabe da Lua?
- Não, meu filho - falou suspreso - Por que? Aconteceu alguma coisa?
- Não, não. Obrigada. - Suspirei e desliguei o telefone. Não deveria lhe encher com meus problemas. Eu iria resolver isto sozinho. Ou pelo menos tentar...


Lua POV

- Sim, Tio. Eu saí de casa. - Suspirei, sentando-me no sofá
- Mas por que isto, Lua?
- Eu preciso te dizer algumas coisas, mas o senhor tem que me prometer que o Arthur não ficará sabendo disto. - Ele assentiu e eu lhe contei do meu plano com Micael até a descoberta da gravidez. Seu queixo caiu.
- Eu achei que estava tudo bem entre vocês dois, de verdade. A última visita que me fizeram... - Parou pra pensar - Conseguiram mesmo me enganar.
- É. Eu não quero voltar pra casa. Não quero meu filho vivendo num campo de guerra. - Passei a mão pelo rosto, secando algumas lágrimas que haviam caído - E eu também preciso de um emprego, tio.
- Está bem. É isso mesmo que você deseja? Deixar Arthur sozinho, sem ter ao menos a idéia de que tem um filho? - Assenti - Então assim será. Eu vou te arranjar um outro emprego. - Suspirei aliviada - Mas que fique sabendo que Arthur precisa de você, por mais errado que ele seja. Não creio que vá conseguir sobreviver muito sem você.


Arthur POV


E os dias se passaram assim... Eu preocupado, procurando por Lua em todos os lugares possíveis, mas nenhuma notícia. Nada. Hospitais, parques... ninguém tinha lhe visto. Meu desespero só aumentava a cada segundo. O que será que havia acontecido? Ou será que ela mesmo quis me abandonar para ficar com seu amante? Droga, droga, droga. Só de pensar nisto senti um aperto no coração. Abanei a cabeça, afastando esses pensamentos. Entrei no carro, rumo à casa de meu pai.
Quem sabe ele teria alguma notícia dela.
- Pai, o senhor precisa me ajudar. - Sentei-me no sofá
- Com o que?
- Lua, Lua. - Passei a mão pelos cabelos. - Ela simplesmente sumiu. Não sei nada dela à quase uma semana... Pode ter acontecido alguma coisa, não sei. A procurei em todos os lugares possíveis, mas nada.
- Arthur... - Olhou-me - E se eu te disser que sei onde ela está, mas... - Sorri automaticamente - Não posso olhe dizer? - Meu sorriso se desfez. Como assim não podia dizer? Eu tinha o direito de saber!
- Como assim? Ah, estão querendo me levar a loucura. Não pode ser, não pode ser... - Tentava me manter calmo, o que não deu muito certo. - Será que dá pro senhor me falar logo onde ela está?
- Eu prometi que não diria nada. - Ele mantinha uma calma irritante. Parecia estar se divertindo com meu desespero.
- Não quero saber de promessa, não quero saber de nada. Só quero saber onde Lua... - Parei pra pensar um pouco - O senhor sabe onde ela está? - Ele assentiu - E prometeu a ela que não contaria nada, porque ela não quer me ver? - Assentiu novamente
- Meu filho, muito inteligente. - Sorriu de canto
- Pai, sem gracinhas. Me fala logo onde ela tá... - Negou com a cabeça - Olha pai, eu tô desesperado, querendominha mulher de volta... E o que o senhor faz pra ajudar? Nada!
- Não seja dramático, Arthur. No fundo você nem se importa.
- Não me importo? - Olhei-o incrédulo - Se eu não me importasse, não teria procurado praticamente pela cidade inteira a mulher que eu amo. Como o senhor tem coragem de dizer is... - Ele cortou-me
- A mulher que você ama? Desde quando? - Franziu o cenho, sorrindo
- É, amo. Pai, desde quando não vem ao caso agora. Desembucha, vai. Onde ela tá?
- Eu sabia, eu sabia que você não ia conseguir viver sem Lua... - Gabou-se - Agora sim acordou pra vida - Olhei-o com raiva. - Tudo bem, tudo bem. Casa da Sophia.
- MEU DEUS, COMO NÃO PROCUREI ANTES? - Ele riu novamente - E O SENHOR FICA RINDO DA MINHA DESGRAÇA, MUITO BONITO! - Gargalhou - Ah, quer saber? Eu vou busca-la logo. - Saí, disposto a trazer minha mulher de volta, ela querendo ou não.


Lua POV


- Tá feliz, mãezona? - Sophia perguntou ao me ver com a mão na barriga, entrando no quarto e pulando na cama. Estava totalmente arrumada.
- Estou... - Sorri de canto. Estava morrendo de saudades de Arthur. - Vai sair?
- Vou, com o Chay... - Sorriu boba
- Desculpe estar atrapalhando vocês dois, Sophia.
- Pode parar com isso, boba. Não está atrapalhando em nada. Fique o tempo que quiser, fazendo o que quiser. - Um carro buzinou.
- Vai lá e divirta-se. - Abracei-a e ela saiu. Peguei um macacãozinho amarelo que Sophia havia dado de presente - amarelo, por não sabermos se será menina ou menino - o olhando. Fiquei me perguntando se teria cabelos pretos como os de Arthur, ou loiros como os meus. Arthur... Eu já sentia sua falta.
Barulhos na janela me fizeram 'acordar'. Eram pedrinhas sendo jogadas a todo instante. Revirei os olhos. Não é possível
ter um pouco de paz neste bairro onde Sophia mora? Esses pais deveriam cuidar melhor de seus filhos. Onde já se viu, uma criança ficar incomodando nas outras casas? Ainda mais jogando pedrinha?
Mais uma pedrinha jogada. Tentei controlar a raiva, arrumando-me na cama. Mais um barulho, só que desta vez não era de pedra nenhuma. Era mais uma pessoa se 'estatelando' no chão. Corri pra janela, curiosa. Lá estava Arthur todo jogado, soltando alguns gemidos de dor e praguejando baixinho.
- Arthur! - Gritei sem pensar - Tá tudo bem?
- Não, não está - Tocou o joelho, fazendo uma careta. Desci as escadas e fui ao seu encontro, o ajudando a entrar em casa e sentar-se no sofá.
- O que você estava fazendo? - Perguntei pegando uma caixinha de remédios e limpando seu ferimento. Ele como sempre reclamando.
- Preciso conversar com você. - Me olhou seriamente e eu tirei algumas folhas que estavam presas em seu cabelo, tendo vontade de rir. - O que te deu pra sair de casa assim? O que eu fiz? - Seu olhar era triste, assim como sua voz. - Eu peço perdão por tudo que fiz, Lua. -Aproximou-se de mim, colando nossas testas e roçando seus lábios nos meus. Fechei os olhos involuntáriamente - Volta pra mim.
- N-não, não da Arthur. - Tentei me afastar dele mas suas mãos foram pra minha cintura, me mantendo perto até demais
- Da sim. Vamos voltar pra casa, por favor... - Acariciou meu rosto - Você não sabe como eu fiquei preocupado com você esses dias. Por que foi embora? - Xii, lascou tudo. Não poderia lhe contar da gravidez.
- Eu cansei, Arthur. - Meus olhos marejaram e eu não impedi as lágrimas de correrem livres por minha bochecha - Cansei de sofrer por você, de esperar que você mude. Eu quero um marido de verdade. - Levantei-me
- Eu posso ser um marido de verdade. É só você deixar. - Levantou-se também, fixando seus olhos nos meus - Por favor, não me obrigue a continuar sem você. Eu não vou suportar. - Ele estava... chorando?
Engoli em seco, sentindo meu coração se apertar. - A casa fica tão vazia sem você... Eu quase morri de tanta saudade. Não q... - Cortei-o com raiva
- Pare, pare com isso! - Ele estava me matando aos poucos dizendo todas aquelas palavras bonitas. Subi as escadas praticamente correndo, mas parei ao ouvir sua voz
- Onde você vai?
- Arrumar minhas coisas. - Eu podia me arrepender depois... Mas não poderia dizer que não tentei.



Continua...



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