O vizinho do lado

                                                                Capitulo 99

Sentiu o coração bater forte, e encheu os pulmões de ar, abraçando a própria barriga.
Ele havia ligado uma única vez para ela durante todos esses meses. O que diabos estava fazendo ali?

- Rony, quem autorizou que ele entrasse? - perguntou tão fria quanto um cubo de gelo ainda no refrigerador. A mulher arregalou os olhos.

- Arthur disse que Sophia avisou que não poderia vir, e ele veio no lugar. - a mulher explicou-se

Sophia. A futura cadáver Sop, quando Lua coloca-se as mãos nela.

- Há, já entendi … - a mulher chamada Rony disse – Bom, vou deixá-los a sós por alguns segundinhos então vou até a recepção e volto, resolvam a questão da ultra som. - ela disse saindo – Há, e Lua, não fique nervosa, lembre que isto faz mal ao bebê. - a porta bateu

Estavam sozinhos. Lua e ele.

- Oi. - Arthur disse com sua voz rouca e casual

Lua não respondeu. Caminhou até a pequena cadeira que tinha na sala e se sentou tirando a touca, o cachecol e o casaco. Puxou as mangas da camisa até que estas tocassem seu cotovelo.

- Porque esta aqui ?

- Sophia me disse que hoje você faria ultra som que mostraria o sexo do bebê.

- Desde quando você mantem contato com Sophia? - Lua perguntou se lembrando que não podia ficar brava e nem nervosa.

Fácil falar, o difícil era seguir isso tendo ele em sua frente.

- Falamos disso mais tarde. - ele disse olhando para o chão

- Quando? Daqui a cinco meses? - ela perguntou irônica – Porque você não da meia volta e some? - ela perguntou brava

- Porque não estamos falando do seu filho, e sim do nosso filho. E você querendo ou não eu vou ficar. 

- Oh, - ela fingiu ficar chocada – Você lembrou que ele existe? - ela revirou os olhos e analisou a expressão dele.

Ela quase podia jurar que ele estava se segurando para não dar o seu sorriso favorito. O sorriso torto … Imaginação. - ela concluiu – Pura imaginação.

- Eu vou ficar. - ele garantiu confiante e a porta se abriu.

- Orá, vejo que não tem mancas de sangue na roupa de ninguém. - Rony brincou - Ótimo sinal. Lua querida, pode trocar de roupa e prepare-se para ver o seu filhote.

Lua pensou em retrucar, falar que não faria o exame enquanto ele estivesse ali, mas a vontade de ver o rostinho de seu bebê era tão grande que ela simplesmente decidiu o ignorar.

- Você acha que desta vez realmente vai dar pra ver o sexo?

- Sim. Agora é impossível que ele esteja com as perninhas fechadas.

E com um pulo, misto de alegria e empolgação Lua se dirigiu ao trocador, esquecendo completamente de toda a raiva que estava sentindo de Arthur naquele momento. Agora só pensava em menino … ou menina.

Continua...