Tecnologia do Blogger.

Nanny Blanco - Capitulo 3


              
  

ARTHUR AGUIAR, VOMITOS E THE KOOKS





 É nestas horas em que pergunto que tipo de compromisso  parece adequado para uma criança e sua babá, na visão do infame Arthur Aguiar, que naquele momento não media sorrisos e dizia-me pausadamente, enquanto almoçávamos juntos pela primeira vez desde minha chegada, a três dias, os planos que ele teria para o nosso dia.


— Esse museu é ótimo e vai estimular muito Kaylie — E tudo o que consegui pensar era em como ele conseguia ser perfeitamente... Careta.


— Sério? — Se aquele por acaso era seu conceito de diversão, ele deveria urgentemente consultar um psiquiatra — Realmente? — Estava perplexa.

— Algum problema? 

— Senhor Aguiar, quer dizer, Arthur... Esse é realmente seu conceito de programa adequado para uma garotinha?

— Bem, esse tipo de programa vai ajudar Kaylie a se tornar...

— Uma nerd sem amigos, que sofre bullying e passa as tardes na internet criando amigos imaginários invés de curtir a adolescência?

— Na verdade — Franziu o cenho — Uma garota aplicada e educada.

— Ou seja, uma nerd... Não quero me intrometer no tipo de educação que vai dar a sua filha, mas eu acho que ela se divertiria muito mais se você a levasse em um parque de diversões.

— Quer saber? — Disse depois de um tempo — Você tem razão.

Kaylie, que até então estava parada observando nossa conversa como se tivéssemos em um debate, abriu um sorriso imenso e abraçou o pai, logo abraçando a mim. Terminamos de almoçar e subi com Kaylie até o quarto.

— Como a gente vai se vestir? — Ela perguntou. Pera aí, a gente?

— Você decide — Sério, Lua?

— Sério? — Os olhos de amendoins brilharam.

— Sério.

Kaylie abriu meu armário, agora arrumado e organizado, e retirou de lá uma saia preta de couro, uma bata da mesma cor e um colete preto, depois pegou minhas botas de combate* e um cinto prata.

— Sério, Kaylie? Eu quero parecer uma babá, não uma vedete.

— O que é uma vedete? — Droga, eu tinha que morder a língua perto dela, definitivamente.

— É uma mulher que adora... Doar coisas.

— Ah, eu quero ser uma vedete, Lua.

— Por favor não diga isso para o seu pai.

— Porquê? Eu posso doar as bonecas que não uso mais — Oh, santa inocência infantil.

Obs:
** Botas de combate são botas usadas muito nos anos 70, época do sex, drugs and rock n'roll. É uma variação dos tão usados coturnos e faz o estilo pesadinho da Roberta, que eu trouxe pra Lua na fanfic.

No fim, consegui convencer a pentelha a escolher um jeans, mas ela não deixou-me trocar as botas de combate e nem a bata preta. Tomei um banho e me troquei, amarrando os cabelos em um coque e correndo até o quarto de Kaylie, que estava vestida exatamente como eu. Sinceramente, Kaylie me fazia sentir como as spice girls. 
Cerca de dez minutos depois de arrumar um coque perfeitamente bagunçado como o meu, eu e Kaylie descemos as escadas, Arthur estava esperando no saguão enquanto falava ao celular. Eles no sorriu, fazendo um “joinha” com a mão.

— Vamos? — Disse, desligando o celular.

— Partiu.

O carro de Arthur Aguiar era uma deslumbrante ferrari vermelha. Puta merda, de onde esse cara tirava tanto dinheiro? Enfim, fomos até o parque, que ficava a cerca de quarenta minutos de casa. Aquele dia, haveria um festival de música e o parque estava repleto de pessoas, que posicionavam suas toalhas e cestas de piquenique em frente ao imenso palco. Arthur estacionou a ferrari e Kaylie agarrou minha mão.
O grande lugar estava dividido entre um parque de diversões e o espaço em que o festival rolaria, que era em conjunto. Haviam crianças, adultos e idosos por todo o lugar. 

— Ok, pequena, em que brinquedo você quer ir? — Se você soubesse Arthur... Mas ele não perguntou para mim e sim para Kaylie.

— Montanha Russa — Ela disse, levantando os bracinhos.

— Ah, não, é muito perigoso para você filha — Rolei os olhos.

— Para de ser chato Arthur — Coragem, ah doce coragem.

Sorri para Arthur e puxei Kaylie pela mão antes que ele pudesse protestar, entrando na fila imensa da montanha russa, esta ao qual permanecemos por duas voltas, em que Arthur tentou infrutiferamente convencer-me a desistir. No final ele acabou subindo também.
Eu e Kaylie fomos em frente e Arthur no carrinho atrás.
Kaylie se apertou bem forte a mim no começo, mas depois da primeira volta ela soltou os braços e começou a gritar, acompanhando meu ritmo frenético, não ouvi um pio atrás de nós, onde Arthur estava, até o carrinho parar. Assim que descemos, Kaylie saltitava e dizia:

— De novo, de novo, de novo.

— Ah, nem pensar.

Olhei para Arthur pela primeira vez desde que saímos da montanha russa, e ele estava... Rosa? Vermelho? Espera aí... Amarelo? Parecia que ele tinha engulido o arco-íris e agora estava revirando no seu estômago, alternando as cores. Se não fosse trágico seria hilário... Bem, era hilário.

— Você está bem, Arthur? — Perguntei Só um... Cof Cof — Antes que pudesse terminar a sentença ele tinha vomitado todo o almoço... Nas minhas botas favoritas de combate.

— Puta que me pariu — Saiu de repente, juro.

ECA. ECA. ECA. ECA. Tudo bem que eu não me importaria nada em ter a língua de Arthur Aguiar dentro da minha boca, mas eu não fazia questão alguma de ter seu vômito nos meus sapatos. Arthur estava mais nervoso que eu e Kaylie não sabia se ria ou chorava. 

— Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeew 

— Meu Deus, Lua, desculpa, desculpa, desculpa.

Então ele me pegou no colo, isso mesmo, Arthur Aguiar me pegou no colo e me carregou as pressas até um brechó do outro lado da rua, carregando Kaylie pela mão. Quando chegamos lá, ele arrancou minhas queridas, pretas e apaixonantes botas de combate e as tacou no lixo. Simples assim. Droga, eu amava aquelas botas. Kaylie estava ao meu lado rindo das minhas meias de pinguim, enquanto seu pai adentrou o brechó sem o menos se explicar, voltando com uma sacola.

— Desculpa mesmo. Não são suas botas, mas é a única loja aberta.

— Ok — Franzi o cenho, abrindo a sacola e me deparando com um par dos mais... Horríveis sapatos ortopédicos do planeta* — São lindos.

— Que bom que gostou — Sinceramente, Arthur Aguiar era tão ingênuo quanto Kaylie


* Sapatos ortopédicos são sapatos medicinais, usados geralmente pelas enfermeiras. foto.


Calcei os malditos sapatos ortopédicos, que me deixaram parecendo uma pata, deixando a mostra as meias rosas de pinguim. Eu era uma pata pinguim. Tentei ao máximo fingir um sorriso, enquanto eu, Kaylie e Arthur atravessamos a rua em direção ao parque.

O resultado foi até uma tarde divertida, tirando meus sapatos horríveis e o fato de que Arthur não entrou em mais nenhum brinquedo. Quando já eram sete da noite, eu, Arthur e Kaylie caminhamos até o festival. Que estava lotado, eu e Kaylie ficamos ouvindo The Kooks tocar, quando Arthur voltou com nossos hambúrgueres e cantarolando a música. Eu amava The Kooks, os britânicos eram os melhores.

— Você gosta de The Kooks? — Perguntou Arthur, entre uma mordida.

— Eu amo, e você? — Eu já tinha terminado o hamburger.

— Também adoro — Eu adorava você, senti vontade de falar. Mas fiquei bem calada, enquanto assistia Kaylie se sujar inteira com a mostarda.

— Hey, atenção de todos — Luke Pritchard, o vocalista da banda falou, fazendo todos se calarem — Eu vou escolher um casal para cantar Young Folks aqui em cima, agitem — Eu amava Young Folks — A luz vai parar no casal escolhido, pode ser daqui da frente, do lado esquerdo, do direito ou do fundão, vai ser totalmente aleatório.

Todo mundo começou a pular e a gritar, querendo ser escolhido, enquanto apenas uma luz branca girava por todo o lugar apagado. Arregalei os olhos quando o holofote finalmente parou. AQUI. EM MIM E ARTHUR.
Sabe aqueles momentos em que você tinha a impressão de que estava em um filme, onde a sua banda favorita convida você para ir ao palco? Eu me sentia exatamente assim, apesar do frio tomando conta de meu estômago e minha pele se arrepiar por inteiro. Arthur ao meu lado estava como eu.

— Venham, a lourinha e o baixinho — Ele nem era tão baixo, humpf.


Alguém da produção chegou falando rápido demais para que eu pudesse entender, mas ela nos puxou e empurrou nós três para um carrinho de golf, ao qual ela dirigiu rapidamente até o início do palco, um bando de gente tentava nos alcançar, quase senti meu coque desfeito quando o segurança enorme nos puxou do carrinho e subimos o palco pelo backstage. A mulher disse que Kaylie nos esperaria, e a ficha só caiu quando eu estava no palco. Eu e Arthur, em frente a 15 mil pessoas. Ao lado do The Kooks.


— Olha, qual seu nome? — Luke perguntou.


— Arthur Aguiar — Ele falava tão naturalmente como se estivesse conversando socialmente com um amigo qualquer.

— E você, lourinha?

— L-u-a Blanco — Gaguejei, merda. Deveria estar vermelha.

— Esses são Lua Blanco e Arthur Aguiar, eles vão cantar Young Folks pessoal, aplausos — E todos começaram a aplaudir. Queria cavar um buraco no chão, Arthur estava tão animado quanto uma criança que acabara de descobrir a existência do papai noel. 

— Ok, preparados? — Entregaram-nos dois microfones — VAMOS LÁ.

 Os acordes de Young Folks começaram e comecei a cantarolar, logo Arthur tomou conta do microfone e começou a cantar.

— If I told you things I did before. Told you how I used to be, would you go along with someone like me? If you knew my story word for word. Had all of my history, would you go along with someone like me?

Fechei os olhos, em um intuito de fugir da vergonha e comecei a cantar.

 I did before and had my share, it didn't lead nowhere. I would go along with someone like you. It doesn't matter what you did, who you were hanging with. We could stick around and see this night through.
E cantamos o refrão juntos — And we don't care about the young folks. Talkin' 'bout the young style.vAnd we don't care about the old folks. Talkin' 'bout the old style too. And we don't care about their own faults. Talkin' 'bout our own style. All we care 'bout is talking. Talking, baby, you and me.

Eu não entendia a ideia de tocar um dueto até aquele momento, em que minha voz se cruzou com a dele, senti que estava cantando com um anjo. E me senti boba por realizar que Arthur Aguiar conseguira me intrigar em dois dias. Dois malditos dias.
Terminamos de cantar a música e sorrimos. Luke nos entregou uma guitarra de presente e dois CDS. Mas não fora só isso que ocorreu de especial aquela noite. Era uma coisa estranha crescendo dentro de mim.




Continua...



Obs.Galera por favor comentem eu queria muito saber se voces estao gostando ,pra mim continuar a web novela garanto que vai começar a ficar interessante e sigam, eu queria chegar a 50 seguidores! :(










7 comentários:

Translate

Talk to me

Mundo dos sonhos Copyright © 2013 - Designer by Papo Garota,Programação Emporium Digital