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Nanny Blanco - Capitulo 6

               

                                              O ACORDO E AS QUINZE NOITES



— Como é? — É a única coisa que consigo murmurar.

— Isso mesmo, você quer sexo, eu quero sexo. Você não quer um compromisso, adivinha só? Eu também não. Sem sentimento algum ou qualquer responsabilidade. Sexo, apenas sexo. Como video-game.

Haviam um milhão de razões para não concordar com ele, para dizer que ele era louco, me demitir ou sair correndo daquela casa. Mas haviam milhares de razões para aceitar, finalmente desfazer-me daquele fogo que não cessava, a atração que abrangia e devorava cada parte existente em mim.

— Eu topo. Sem sentimentos, sem compromissos.

— Tudo bem, vamos fazer isso quando tivermos vontade e quando um quiser parar, a gente continua nossas vidas normalmente, combinado? — Assinto.

— Mas... Nós podemos deixar as coisas mais interessantes.

— Como?

— Espera.

Uma ideia me cruza a mente e um sorriso se perde em meu rosto. Corro escada acima e adentro meu quarto, retirando uma revista, um pote de plástico e uma tesoura. Desço rapidamente para cozinha, onde está Arthur.

— Vamos fazer um jogo. Quinze dias. Quinze domingos começando por amanhã. Aqui nessa revista existem quinze diferentes formas de bem... Você sabe, cada um de nós sorteia um, e isso é o que se sucedera até os nossos domingos — Sugiro, meu rosto queima em vergonha, ele ri.

— Ok, e se nós aumentássemos o grau de dificuldade do jogo? Quinze dias, e quinze posições... Em quinze lugares diferentes da casa. Você topa?

— Com certeza. Quinze domingos, a pessoa que sortear não pode contar o que é até o momento, certo? E é apenas isso. Depois acaba, feito?

— Feito. Quer colocar alguma regra?

— Apenas uma. Não se apaixone por mim — Sorrio, desafiando-o.

— Pode deixar. 

— Eu preciso que você ache duas urnas pequenas.

Enquanto Arthur some para procurar as urnas, anoto quinze lugares diferentes da casa e corto quinze posições diferentes da revista pensando em como aquilo tudo estava fadado a um completo e total desastre. Mas Arthur loga chega e não há tempo de desistir. Ele me entrega dois saquinhos pequenos, um vermelho e um branco.

— O vermelho é para as posições — Digo, colocado quinze papéis no saquinho vermelho — O branco é para as locações —Faço o mesmo que anteriormente.

— Quem começa? 

— Você pode começar, senhor Aguiar — Sorrio.

Arthur coloca a mão no saquinho branco e retira um papel, fazendo mesmo com o branco, ele os lê e controlo minha curiosidade enquanto ele sorria um sorriso escárnio.

— Esteja amanhã, em frente ao meu quarto, as dez horas da noite depois que Kaylie dormir — Arthur chapa-me um beijo na bochecha e sobe as escadas,
Deixando-me ali, parada e com o coração pulsando descompassadamente.

Uma palavra: estou ferrada.

Motivos para não transar com Arthur Aguiar:1. Ele é o seu chefe.

Vou para cama segurando os saquinhos, os coloco em minha gaveta e me cubro com um misto de sentimentos se agarrando em meu peito. Nada daquilo daria certo.

XXX

Acordo aquela manhã de domingo com pouca vontade de levantar. Parte de mim, aquela que me dominava, estava extremamente ansiosa para a noite e para ver Arthur. Enquanto a outra parte de mim aclamava por simplesmente desfazer qualquer espécie de acordo que havíamos feito.

Aquilo teria tantas consequências, desde como poderia afetar Kaylie a minha relação com Arthur. Mas Kaylie não iria saber, ela definitivamente não precisava saber que eu iria fazer aquilo com o pai dela por três meses e meio.

Passo o resto da manhã na cama, e é meio-dia quando finalmente obrigo-me a levantar. Pego um shorts, uma bata e calço meus chinelos. Penteio meus cabelos, independente de qualquer coisa, eu teria que parecer sexy para Arthur a partir daquele momento. Então troquei os chinelos por rasteirinhas e caprichei na maquiagem, jogando perfume no corpo. Pronto. Sexy e reservada.

Desci as escadas apressadamente, Arthur e Kaylie estavam sentados a mesa de jantar. Pego meu acento ao lado de Kaylie e me sirvo com um pouco de macarronada. Olho para Arthur de soslaio, e sinto um arrepio percorrer até minha espinha quando vejo que ele me observa. Solto um sorriso e volto minhas atenções para a Vandinha.
O almoço fora estranho, ao mesmo tempo em que eu tentava não olhar Arthur, eu me perdia em pensamentos e não prestava a atenção no que Kaylie falava, isso não passara despercebido por lá, que chamava-me diversas vezes. Depois do almoço, ela disse que iria brincar no quarto e peguei nossos pratos, caminhando até a cozinha. Arthur a meu pé.

Larguei os dois pratos na lavadoura e viro-me, apenas para deparar-me com Arthur. O corpo tão próximo a meu, tão próximo que poderia sentir o calor de seu corpo grudar em minha pele sobre as roupas de verão. Suas pernas entre as minhas enquanto ele empurrava-me sobre a pia gelada, mas que fervia sobre a troca de energias que se sucedia ali. Eu me sentia febril.

— Estou ansioso para hoje a noite — Arthur murmura baixinho, enquanto mordisca de leve a minha orelha e deposita um beijo em minha nuca. Este que faz com que os pelos dos meus braços se arrebitem.

— Calma, senhor Aguiar — Digo, recuperando o fôlego e roçando meu nariz de leve no dele, sentindo o hálito tão perto, mas tão longe — As dez horas.

Arranco do peito a força que eu não tenho e desgrudo seu corpo do meu, subindo apressadamente as escadas e o deixando ao vácuo.

Me sentia extasiada, como se meu coração desse a volta olímpica vinte vezes seguidas. Era tão tudo proibido, delirante, emocionante. Como ser adolescente outra vez e pular a janela do quarto para ver o namorado. Mas melhor, centenas de vezes melhor. 

Fecho os olhos e me apoio contra minha porta. Abro minha gaveta de lingeries e noto que está tudo velho, ou infantil. Precisava de compras urgentemente. Calço os tênis pego minha bolsa, o celular e mando uma mensagem para Sophia.

Passo em frente a sua cara, e ela logo saí. Vestida de Xuxa, como sempre e com um sorriso todo embonecado no rosto.

— Bom dia, coisa rosa — Ela me abraça e torço o nariz.

— Bom dia, coisa punk, vamos ao shopping mesmo? — Sophia diz excitada.

— Vamos, preciso ir a Victoria Secret's — Informo, enquanto caminhamos até o ponto de táxi perto de casa.

— Quer comprar lingeries? Pensei que não tivesse saindo com ninguém.

— Não estou — Não era tecnicamente mentira — Estou renovando coisas.

— Se você diz — Ela não estava convencida. Reviro os olhos.

Pegamos um táxi que nos leva até o shopping. Eu pago a ida e Sophia a volta e adentrando o shopping. 

Antes de passar ao meu real destino, a Barbie me obriga a passar na MiuMiu, onde compro um vestido caríssimo, mas que serviria para alguma ocasião. Depois dela gastar metade do salário em saias e blusas. Vamos até a Victoria Secret. Logo uma atendente vem até nós.

— No que posso ajudá-las?

— Eu quero babyd0lls confortáveis e discretas — Diz Sophia, enquanto quero justamente o contrário. Falo para a Sophia que me viro e ela segue com a vendedora, enquanto caminho para a parte mais ousada do lugar.

Opto pelas lingeries mais sexy e reveladoras que encontro, mas que guardam um mistério ao mesmo tempo, compro espartilhos e babydolls. Peças essas que não passam despercebidas por Sophia, que quer saber o porquê de tudo aquilo. No final, um terço de meu salário se vai. Talvez eu consiga subornar Arthur a me dar um aumento. 

Revirei os olhos, eu ainda tentava assimilar a ideia de que eu iria para a cama com ele, que iria acabar com tudo aquilo que me sucumbia desde a primeira vez que eu o vi. Ficar pensando nisso não ajudaria. Eu e Sophia fomos para a casa, quando cheguei, Kaylie estava assistindo TV com o pai. Corri para o quarto escondendo a sacá-lo da Victoria Secret's e a larguei em cima da cômoda.

Durante a tarde, tratei de depilar as pernas e olhar meu corpo no espelho. Os meses com as gorduras dos EUA não estavam me fazendo bem, meus peitos estavam maiores. Mas se Arthur, por algum motivo que desconheço, queria isso, porque eu iria me martirizar? 

As oito da noite desci para o jantar. As nove tomei um banho completamente relaxante. Até que as dez horas do primeiro domingo chegou.


Continua...





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